Hoje aconteceu o terceiro sonho e eu não posso ficar sem falar com alguém sobre este fato que começou a me intrigar. Como poderia sonhar três vezes a mesma coisa sem mudar a história? Cheguei ao trabalho e relatei o sonho a alguns colegas, mas estes não deram muita importância. O dia aqui do Distrito Federal é corrido e às vezes as coisas acontecem, passam e ninguém mais comenta.
Como este sonho me deixou inquieto, vou narrar os fatos que lembro tentando não deixar escapar detalhes que observei durante os três sonhos.
Após ler algumas matérias sobre o “Caso Bruno” sonhei algo como se tivesse contato com alguém, e este me transportava para um lugar onde eu era observador e personagem ao mesmo tempo. Nesse lugar que parecia uma nascente de um pequeno córrego, entre morros de terra branca e roxa com pedras, algumas resistentes e outras parecendo pedra sabão, havia uma pequena mata onde tinha a nascente do córrego. Mata fechada, de difícil acesso. Observei isso quando estava sendo transportado, porque nesse instante estavam descendo pelo morro a baixo, com muita dificuldade e escorregando às vezes. Eram quatro jovens, que pelas vestes estavam à procura de aventura, conheciam o lugar e iriam tomar banho ou acampar.
Sentindo como se estivesse voando e invisível, fui seguindo os jovens que desciam cada vez mais. Ao chegar dentro da mata, esta era muita densa, e no fundo da mata onde tinha a nascente, havia um poço. O local era escuro. Num instante o local ficou mais escuro, ouvia agora apenas as vozes dos jovens, não os via mais. O local em volta do poço ficou mais escuro e de repente estava sozinho. Voltei-me para a parte mais profunda do poço ouvindo uma voz, não via nada. Então me aproximei da borda do poço, a água estava escura e o poço parecia profundo. Entrei na água, senti que não me molhei, ouvi a voz de novo e lá, na parte mais funda do poço, vi uma cabeça sobre a água. Parei e aguardei sua reação. Esta veio em minha direção saindo da água até seu tórax, comecei a ver quem era, parecia um adolescente entre 14 e 16 anos, branco, cabelos lisos, camisa com estampa. De repente ele parou. Observei o movimento da água em outro local e submergiu uma mulher, estatura mediana, cabelos pretos e longos, vestido, grená com estampas claras... esta ficou com o corpo boiando. Por um instante fiquei paralisado, quando novamente a água começou a movimentar-se, e aí apareceu um homem, estatura baixa, branco, cabelos falhos e grisalhos, fora do peso, com uma camisa com listras verticais de cor cinza e branca e calça jeans.
Estava paralisado, e parado fiquei. Observei por um instante os três, estes ficaram mudos. Em um momento o homem e o adolescente começaram a olhar para o fundo do poço como se quisessem que eu mergulhasse para ver alguma coisa, como estava sendo guiado não senti medo, então mergulhei. Durante o mergulho abri os olhos e a água não parecia tão escura como tinha visto antes. Novamente me senti sendo levado para o fundo, quando fui chegando ao fundo comecei a ver um vulto de uma mulher que estava deitada de costas. Ao me aproximar mais, vi que a mulher tinha uma estatura média, morena, cabelos pretos e médios, vestia uma calça jeans azul clara, uma blusa regata feminina de cor branca com um detalhe no peito e em seu pescoço tinha uma corrente de ouro com pingente que não vi os detalhes. Tentei resgatá-la, mas meu corpo não tinha massa, então era impossível tirá-la de lá.
Voltei à superfície e observei que os três estavam em minha volta. Fiquei assustado e de repente o adolescente, numa demonstração de raiva, tenta me afogar. Tentei sair de perto dele quando a mulher veio e tentou ajudar o adolescente, pegando em meu braço. Senti medo e tentava sair do poço, mas não conseguia. Gritei para quem tinha me transportado ou me levado... não obtive qualquer resposta. Fiquei desesperado. Senti que não tinha forças para sair das garras daqueles três. Comecei a gritar e me sufocar. Num momento de sufoco me movimentei com todas as forças e soltei um grito forte...
...Nesse instante me vi sentado em minha cama e minha mulher dormindo como se nada tivesse acontecido. Comentei com ela no dia seguinte, perguntei se ela não ouviu meus gritos ou me movimentado na cama, e ela apenas me falou: "não vi nem ouvi nada". Fiquei pensativo e preocupado, pois eu estava sendo afogado em um lugar de difícil acesso e sabia que se eu morresse ali nunca ia ser achado. Isso podia ter acontecido com os corpos ali deixados. Eu senti em meu sonho que eles estavam tentando emitir algum sinal para serem encontrados. Mas como isso se trata de um sonho e o lugar eu não conheço e nem sei se existe, fica aqui apenas o meu relato.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 01/10/2010
Alterado em 11/11/2010