Textos
VOTANTES
O ringue de nossa história nos convida
Para uma luta obrigatória, cruel e desleal.
Enfrentamos tudo até o penúltimo sopro da vida
Como guerreiros que não se entregam no final.
Percorremos os intrépidos tempos mortais e areias escaldantes
Como uns perdidos em águas escuras, profundas, entre corais.
A nave que cruza reluzente o céu nunca vindo antes
Não traz dissolução, provisão, egressão para os simples mortais.
No primeiro assalto entramos em confronto com impurezas letais
Nascidos por fomentação da incerteza e política governamental
Vagamos em ruas nuas entre seres humanos desumanos e reais
Que na contramão da história vivem em rebanho como animal.
A certeza do domínio estatal nos empurra para morros e favelas
Em encostas construímos nossas moradas com luzes de velas
Buscando a sobrevivência a cada dia como operários serviçais
Provemos o fruto dos governantes com impostos imorais.
No segundo assalto estamos desconfiados dos discursos
Mas entramos em símiles com imprecisões de juízes eleitorais
Vagamos nas incertezas das promessas nunca cumpridas
Sentimos que estamos presos sem rotas precisas, sem curso.
Como um errante nunca vindo antes em terras desconhecidas
Como um cego sem equipamentos necessários a antevisão
Que segue em um caminho estreito sem quem o segure a mão
Deixando-o sem letras como um analfabeto, sem previsão.
No terceiro assalto enxergamos a lona com a visão turva
Sentimos que estamos perdidos, sem qualquer explicação.
Todos os recursos desaparecem como uma nave reluzente
Que risca o céu em uma noite de lua clara ofuscando os olhos
Encobertos por togas morais de pronunciantes de leis pérfidas
Que em defesa do povo consomem o dinheiro em nome do poder
Dando explicações com códigos leigos ao trabalhador braçal.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 27/03/2012
Alterado em 27/03/2012
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