Esta ofidiofilia que me prende a você
Perpetuando uma sensação de inércia
Ligando minha pobre alma ao teu ser
Numa prisão sem grade, em cadeia.
Esta tua pele lisa, espelhante, sedutora,
Que em ecdise periódica se transforma
Para conter meus desejos inertes outrora
E usa-los em deleite em noites mornas.
Esta percepção além de teus olhos
Detectando meu movimento no leito
Encurtando tuas vontades em atalhos
Deslizando teu corpo nu em meu peito.
Este teu corpo em onda de seno
E em concertina sobre minha cama
Criando uma fricção sem dano
Causando uma dor em quem ama.
Esta tua saída do leito em zigue-zague
Arrastando os lençóis ao se locomover
Com este sorriso no rosto, não negue,
És serpente e não musa ou mulher.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 31/10/2012