SOU NEGRO
Sou início, sou diáspora africana,
Sou da terra da safira, sou do pó tetro,
Do vasto firmamento, mar azul, da savana,
Sou único, sou mistura, sou neutro.
Em caravelas, sou centenas, milhares...
Servos em cárceres vagantes, além mar.
Navegando, sem sonhos, sem céu, sem olhares.
Como, se não fosse gente, sem terra, sem lar.
Esta supremacia instigante de minha cor,
Afronta tua diversidade de cores formais,
Como, se culpado fosse de tua sina, tua dor,
Estampados em letras multicores, nos jornais.
Sou negro, sou humano, diáspora afra,
Sou resistente, sou obstinação compassiva,
Sou a imagem colada nos murais, sou safra,
Das gerações futuras, sem pele corrosiva.
Sou locomotiva das nações e continentes,
Sou a alegria, nos esportes e gols sensacionais,
Sou a dança das senzalas, nas ruas, nos montes,
Nas alegorias dos majestosos carnavais.
Sou negro...
Em homenagem a semana da consciência negra.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 19/11/2012
Alterado em 20/11/2017