MEU GRITO
No tempo em que andava pela rua
Naquele jardim de concreto cinza
Não sentia saudade na alma crua
Não via sonhos que não fosse cinza.
A imagem destorcida em preto e branco
Fez-me derramar lágrimas sem saber
Por que tanto sofrimento e pranto.
Estando predestinado a sofrer.
Chorei lágrimas e de alegrias nada sei
Só dor em busca de um caminho
Elaborei sonhos, não sei.
Talvez ainda fique sozinho.
Assim sujo
Assim mudo
Nesse mundo.
Que meus sonhos me leve a netuno
Ou para outro fim do mundo.
Mas me tirem daqui...
Fecho os olhos e vejo um mundo diferente,
Quando abro apenas o mundo cinzento,
As ruas frias,
Crias rejeitadas,
Pernas acinzentadas,
Mas nadas tens a perder
Esta vida é sem valor.
Venham me socorram
A lei que hora me espanca
Agora quer que eu morra.
Menos um ou dois, sei lá, não sei contar.
A Candelária, o sangue na calçada.
Almas rejeitadas com sangue igual ao meu,
Vermelho como meus olhos
Quente como meus dias
Feitos seres diferentes
Sem existências em cartórios
Sem direitos a urnas, sem garantia.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 31/01/2013
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