NÃO TE ATENHO
Tenho que deixar teus lábios ansiosos pelos os meus,
Em um momento de intensa solidão,
Mas tenho que ir.
Sei que teu corpo também implora o meu,
Em noites de luar e escuridão.
Mas tenho que ir.
Sei que teus olhos neste momento lacrimejam,
Flerte com os meus e corteja penoso,
Mas tenho que ir.
Sei que agora tua respiração se eleva,
Descompassa teu coração no peito,
Mas tenho que ir.
Sei que estás pensando em mim,
Cortejas-me em um sonho no leito,
Mas tenho que ir,
Tenho que deixar minha imagem turva ante teus olhos,
Numa alusão da ilusão imprevisível,
Mas tenho que ir.
Sei que não contemplei teus anseios,
Desfiz teus meios e teu caminho,
Mas tenho que ir.
Sei que pensastes nos fins e não nos meios,
Entre situações conflitantes de desejos,
Mas tenho que ir.
Creio que minha alma seria à única moeda,
Numa troca insana por pesadelos vis,
Mas não a tenho.
Sei que vou fazer uma poesia pensando em ti,
Delinear palavras inconscientes, sem nexo,
Mas não te atenho.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 14/02/2013
Alterado em 18/02/2013
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