POR QUE PASSAS
Por que passas olhando de lado,
Querendo não me ver, ou não.
Por que mandas beijos melados,
Soltos no ar, mirando os meus em vão.
Por que passas bem perto, exalando flores,
Com passos tenros, sem pressa, um desafio,
Querendo atenção, outros amores,
Desatinando meu peito, causando calafrio.
Por que passas. Por quê? Advém, paixão...
Será para intuir se obedeço teus sinais,
Teus anseios, teus desejos confusos em exibição,
Ou apenas para me atrair e dizer não.
Por que passas exibindo teu corpo marcante,
Provocando meus olhos e sentidos contidos antes,
Depois de um apelo omisso, carnais.
Porquê vens e mistura teu perfume num abraço,
Tu sabes que não disfarço este meu ardor.
Que fica pairando no ar em exposição.
Causando desalinho, um desembaraço, emoção.
Porquê chegaste agora, sem causa, premonição,
Reptando o tempo, virando a cor, trazendo furor,
Nesta alma velha, neste pobre coração.
Por que passas, diga-me por quê?
Será porque fiz intriga com o tempo,
Ou por que estou preso à ocasião,
Sem algum motivo, qualquer razão.