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VISITA NOTURNA AO CEMITÉRIO ABANDONADO
Em visita ao seu avô em um final de semana na cidade de Girassol – Goiás, Suellem ouviu várias histórias contadas por seu ancestre, juntamente com seus tios, primos e sobrinhos, eram narrativas que davam medo. Seus tios que nunca acreditavam nessas histórias fizeram um desafio para ver quem tinha coragem de vagar pela a noite até chegar ao cemitério abandonado.
Alguns mais afoitos acharam a ideia muito boa e começaram a procurar por lanternas pela a casa no intuito de realizar o desafio. Tinha passado de meia noite quando saíram pelo caminho que dava ao cemitério abandonado.
As cintilas das lanternas cruzavam umas pelas outras numa brincadeira de luzes cortando a escuridão. Os tios de Suellem com sintomas de embriagues falavam auto e faziam piadas enquanto andavam pela estrada de terra que empoeirava a vegetação a sua margem.
As horas foram passando e ninguém percebia, mas as brincadeiras e gargalhadas eram frequentes quando os tios de Suellem tentavam assustar os mais jovens. Três adultos e cinco adolescentes tentavam cumprir o desafio, cada um com seu medo, mas no momento ninguém revelava apenas as pupilas dos olhos parecia revelar quando se deparava com a escuridão e os barulhos dos grilos que cantavam um a um como uma combinação misteriosa da natureza.
No meio do caminho uma das cinco lanternas parou de funcionar, um dos tios de Suellem tentou consertar, bateu em uma das mãos e nada de funcionar, tirou as pilhas, as colocou de volta e mesmo assim não funcionou. Intrigado a arremessou longe escutando apenas o barulho do capim onde a lanterna caiu.
Após algum tempo outra lanterna também parou, para justificar e acalmar os jovens aventureiros um dos Tios de Suellem tentou explicar:
- Podem ficar tranquilos, ainda tem três lanternas, acho que meu pai não renovou as pilhas, é por isso que estão apagando, as pilhas estão fracas. – Diz o Tio Marcelo.
- Tem certeza tio, minha mãe trouxe por encomenda para meu avô um pacote de pilhas novas. – Alerta Raniele tentando dizer o que viu durante sua vinda para a chácara do avô.
- Talvez nem tenha colocado as pilhas novas, acho que nem lembrou. – Justifica o tio Marcos.
- Acho que é isso mesmo, essas lanternas ainda estão com as pilhas usadas, é por isso que estão apagando. – Reafirma tio Maicon.
- O que está acontecendo, vocês estão com medo, fazem o desafio e agora querem cair fora. – Diz Roni tentando intimidar seus tios.
- Que medo que nada, estamos apenas preocupados, a escuridão aqui é muito grande, temos que ter pelo menos uma lanterna para nos guiar por esse breu todo. – Diz Tio Marcelo querendo explicar sua preocupação.
- Ainda temos três lanternas, então vamos em frente. – Diz Roni querendo causar boa impressão com sua coragem.
Suellem apenas os observou enquanto viu que todos começaram novamente a seguir pela estrada de terra seguindo as luzes das lanternas que clareavam um pouco do caminho. As luzes quando focavam as margens causavam um reflexo com a fina poeira impregnada no capim, vegetação predominante naquela época no ano.
Dois terços do caminho já tinham sido percorridos, percebia-se que o grupo foi ficando mais coeso, essa junção foi sendo percebida nitidamente, como se o medo tomasse conta do grupo e automaticamente os unisse. Agora com a aproximação ao cemitério alguns já não falavam mais, a euforia tinha os deixada bem lá atrás pelo caminho.
A terceira lanterna começa a falhar avisando que suas pilhas já não lhes oferece energia suficiente para mantê-la ligada. Após uns, liga desliga, por fim a lanterna não acende mais, sendo mais uma a ser deixada pelo caminho, como se fosse um empecilho quando não servisse mais. Agora apenas duas lanternas os guiavam iluminando o caminho.
Marcela segurou com força o braço de seu pai Marcelo e logo demostrou que estava insegura e com medo, seus olhares ao cruzarem confirmou isso. Para tentar deixa-la confortável Marcelo puxou um assunto diante daqueles corajosos e cumpridores de desafio.
- Não acham que é melhor voltarmos, acho que todos já cumpriram seus objetivos, agora sabemos que são corajosos. – Diz Marcelo tentando conter os demais.
- Tio Marcelo, logo o senhor, pensei que era o mais corajoso, agora demostra esse medo todo, não vamos voltar mais não, já estamos quase chegando ao cemitério abandonado e quer voltar, foi a Marcela que o convenceu. – Tio não tenha medo, nós vamos lá tiramos uma fotos e depois voltamos para mostrar para aqueles medrosos que ficaram na casa do Vô. – Diz Roni tentando encorajar os demais enquanto observa que todos estão com os olhos arregalados querendo que a decisão de voltar seja aceita de imediato.
- Tem toda razão Roni, agora que já estamos bem perto, para que voltar sem uma comprovação, pelo menos uma foto tem que tirar para comprovar que fomos até o cemitério abandonado. – Diz Murilo apoiando Roni.
- Tudo bem, vamos até lá, tiramos essa foto e depois voltamos, já é bem tarde da noite, não podemos ficar perambulando por ai. – Diz Marcelo aceitando a proposta de Roni e Murilo.
Após o termino de uma leve curva todos param e começam a observar que no final da reta uma grande porteira que dar acesso ao cemitério abandonado parece inerte e sombrio. Tudo em volta começa a ser encoberto por uma leve neblina, as luzes das duas únicas lanternas cortam a névoa mostrando que a noite por ali é mais intensa que outros locais da região.
Tudo em volta parece combinar com possível vida do lugar, nada se ouve, nada se mexe apenas o barulho das passadas dos oito aventureiros são ouvidas naquela noite tenebrosa. Uma coruja levanta voo e muda de um lugar para o outro enquanto observa todos com seu olhar preciso na escuridão. Um morcego cruza o céu escuro fazendo um barulho peculiar enquanto Roni tenta perseguir com a luz da lanterna sem muito sucesso, após a luz de a lanterna cruzar o céu em perseguição ao pássaro noturno sem êxito se apaga num instante. Agora todos ficam apreensivos, apenas uma lanterna permanece acessa.
A porteira velha permanece ali, bloqueando a entrada do velho e abandonado cemitério, a vegetação em sua volta parece combinar com a paisagem habitual. A sua frente oito destemidos ou aventureiros querendo apenas uma foto como prova de seus feitos naquela noite tenebrosa e nevoenta.
Roni segura à lanterna com as mãos trêmula em direção ao grande portão enquanto Suellem mira sua câmera para tirar a foto tão esperada. Quando Suellem direciona a câmera para seu objetivo que é o grande portão um espectro aparece por trás do grande mourão que o sustenta deixando revelar sua cabeça, seus olhos e suas mãos.
Após vê aquela imagem Suellem se assusta e deixa à câmera cair no chão, todos ficam apreensivos com o acontecimento e se juntam a ela querendo saber o que ouve. Sem saber que seus tios e primos não conseguem vê o que ela acabou de vê aponta seu dedo indicador para a direção do mourão que segura o grande portão.
Todos olham na direção que aponta, mas ninguém consegue vê nada, enquanto o espectro se move subindo e descendo o portão Suellem tenta mostrar o que estar acontecendo, mas ninguém consegue vê.
Numa tentativa de mostrar o que se encontra na entrada daquele cemitério abandonado Suellem pega a câmera e pede para que olhem através de sua lente, todos olham e veem o espectro percorrendo o grande portão com se ali estivesse para resguarda-lo de invasores noturnos. Antes de saírem correndo da frente do cemitério abandonado Suellem consegue disparar o fleche da câmera por três vezes. Após chegarem à chácara do avô com os corações saindo pela boca e todo alvoroço se acomodam e agora com calma copiam as fotos para verem no computador aquele espectro que parecia vigiar o grande portão do cemitério abandonado. As fotos podem não serem nítidas, mas você pode conferir se quiser fazendo uma visita noturna ao cemitério abandonado.
Estas fotos são reais e foram tiradas por Suellem em uma noite escura acompanhada com seus tios e primos em frente ao portão do cemitério abandonado na cidade Girassol, Goiás.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 07/10/2013
Alterado em 08/10/2013
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