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VOLTEI...
Voltei... Sem pretensão,
Assim, como quem volta sem causa,
Renascido das cinzas da imensidão,
Aquecido no calor da brasa.
Voltei... Do ninho da fênix,
Repleto, vermelho, dourado,
Reluzindo no céu, ônix,
Deixando meu recado.
Voltei... Do infinito voraz,
Velejando a nau dos sonhos,
Entre nuvens, redemoinhos,
Meteoros, estrelas, sol sagaz.
Voltei... Do mar tenebroso,
Ouvindo o canto das sereias
Numa canoa multicor, aquarela.
Deitando meu corpo nu na areia,
Rabiscando o rosto dela.
Voltei... Do sonho incapaz,
Daquela imagem de carbono
Que nos revela o desejo sagaz
Deixando-nos no abandono.
Voltei... Pelo o caminho estreito,
Uma bandeira desfraldada,
Teu nome escrito no peito,
Sem presente, sem nada.
Voltei... Montado no cavalo alazão,
Desejando teus olhos verdes,
Anunciando a mesma paixão.
Voltei... Querendo a paz num beijo,
Descrevendo meus planos, ideias,
Compartilhando meu desejo,
Que você nem faz ideia.
Voltei... Para teus braços,
Teus caprichos, teus laços,
Caindo em tuas teias,
Afagando teus cabelos,
Tirando tuas meias,
Arrepiando meus pelos,
Beijando teu corpo,
Caindo morto,
Depois de um suave sopro
Lançado ao vento
Após você dizer não.
Voltei...
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 20/12/2013
Alterado em 20/12/2013
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