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LÉO PAJEÚ LÉO BARGOM LEONIRES
Poesias e Contos, Sentimentos e Versos, Sonhos e Visões de um Premonitor.
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Textos
 13º ANDAR, MORTE E MISTÉRIO.

 
          A tarde chegava ao fim, Jonas conferia se tudo estava em ordem para despachar à transportadora, a mudança teria sido perfeita, estava tudo em seu lugar, nada a reclamar.
         Então após um gesto de positivo Jonas assina a nota e vê os homens da transportadora saírem bem devagar da entrada do condomínio aonde iria morar a partir daquele momento.
         Um gato preto lhe observa de uma marquise próxima, Jonas pressentiu alguma coisa, mas sem dar importância dirigiu-se a portaria. Antes de chegar à portaria Jonas percebeu que alguém o observava, para tirar esta dúvida parou e olhou para todos os lados na tentativa de checar quem lhe olhava, depois de observar todos os lugares viu apenas o gato preto que estava deitado em uma marquise próxima.
         Aquela cena lhe chamou atenção, pois percebia que alguém o observava, mas não encontrava ninguém. O gato neste instante emitiu um miado o chamando atenção, ao olhar na direção se confrontou com os olhos do negro felino e um grande arrepio invadiu seu corpo.
         Por alguns minutos ficou parado ali trocando olhar com o gato preto quieto na marquise, sua atenção foi chamada, o porteiro do condomínio lhe chamou e em atenção ao chamado respondeu:
     - Pois não, o senhor é porteiro do condomínio. – Disse desviando o olhar do gato preto bem devagar.
    - Sou sim senhor, estar gostando do condomínio, vejo que observa tudo com detalhe. – Diz o porteiro puxando conversa com Jonas.
     - Não, eu estava apenas observando aquele gato preto que me olha dali daquela marquise. – Diz Jonas explicando sua falta de atenção.
     - Que gato preto, não estou vendo nada, tem certeza Senhor. – Diz o porteiro procurando com o olhar na direção que Jonas apontou.
     - Ele estar ou estava bem ali. – Aponta Jonas observando que o lugar já não tem mais nada.
     - Será que tem outro gato preto por aqui. – Diz o porteiro olhando aos arredores. - Por que o gato preto que tinha morreu depois que a dona dele caiu com ele do décimo terceiro andar. – Continua explicando o ocorrido. - Até hoje não se sabe que aconteceu, se foi uma briga com o marido ou se ela jogou-se abraçada com o gato – Diz o porteiro com pesar.
     - Então esta história é verdadeira. – Diz Jonas querendo saber dos fatos.
     - Verdade Senhor Jonas, os dois vieram morar aqui e essa mulher adorava o gato, mas o marido dela era um cara ignorante, daqueles brutos que não aceita opinião, não fala com ninguém, vivia dizendo que iria levar o gato embora ou mata-lo, isso deixava sua esposa nervosa e estressada, parecia estar sempre doente. – Diz o porteiro explicando o ocorrido.
     - Eu não tenho nada contra gato e preto então é que acho mais fascinante, espero que não tenha realmente nenhum por aqui, vou adorar se tiver, pois minha esposa gosta muito de gato. – Diz Jonas mostrando satisfação.
     - Depois desse que morreu nunca mais apareceu um por aqui, até acho estranho o Senhor falar que viu um, ainda preto igual o que morreu. – Diz o porteiro meio receoso com a atitude de Jonas.
- Minha mulher adora, ela passa por um momento difícil e espero que me apareça um desses, se ela vê um quer logo pegá-lo e levá-lo para casa. – Diz Jonas com um olhar estranho.
     - Lhe asseguro que não tem nenhum gato neste condomínio, se tiver é coisa de outro mundo. – Diz o porteiro meio tenso.
     - Espero mesmo. – Responde Jonas enquanto vai em direção à saída indo buscar sua esposa em seu apartamento anterior próximo do condomínio.
         O porteiro observa Jonas saindo e vê que vai ter problema com aquele novo morador, pois já tinha pressentido a presença do gato preto, até visto seu vulto em noites escuras e nebulosas.
          Não demorou muito tempo e o portão é acionado, um carro preto entra vagarosamente, como era um veículo desconhecido o porteiro se dirigiu até ele para verificar quem era ao chegar viu que se tratava de Senhor Jonas.
     - Boa noite Senhor, posso ajudá-lo. – Diz o porteiro sendo educado.
     - Pode sim, onde fica minha vaga, não quero perder tempo rodando por aqui. – Diz Jonas mostrando sua falta de educação.
     - Claro Senhor venha por aqui, vou lhe guiar até sua vaga. – Diz o porteiro se mostrando educado e prestativo.
          Após o porteiro mostrar a vaga, Jonas e sua esposa saem do carro em direção ao apartamento no décimo terceiro andar. O comportamento da esposa de Jonas chama atenção, parece muito esquisita, roupas pretas, um manto negro encobrindo a cabeça, como se não pudesse mostrar o rosto ou escondesse algo.
         O porteiro observou da garagem do subsolo o elevador subir, antes de perdê-lo de vista pelo vidro transparente que verificava sua presença, pressentiu algo e ao se virar em direção ao um ponto escuro, viu um vulto escuro passar rápido, um vento frio invadiu ambiente levando-o a se abraçar com o próprio corpo.
         Aquele fato lhe fez sair rápido do subsolo quase na penumbra, algo tinha lhe assustado, ao chegar à portaria tinha alguém apertando a campainha com frequência, parecendo estar com presa, antes que apertasse de novo o porteiro se apressa e chega ao portão de entrada.
         Depois de destrancar o portão de acesso de pedestre com rapidez e abri-lo se depara com uma velha senhora vestida com umas roupas parecendo velhos trapos pretos sujos.
        Aquela cena lhe chama atenção, o que faria uma velha senhora naquela hora da noite ali apertando a campainha.
     - Pois não minha senhora, o que deseja. – Diz o porteiro sendo educado com a velha senhora.
     - Não desejo nada meu senhor, só queria lhe avisar que o mau estar rondando por aqui e pode ter chegado neste condomínio. – Disse a velha senhora com uma voz rouca e cansada.
     - Como assim minha senhora, você nem conhece ninguém por aqui, eu nem sei quem é a você. – Diz o porteiro tentando fazer com que a senhora se afaste do portão.
     - Não tente ser grosseiro, só quero ajudar. – Diz a velha com sua voz rouca e cansada.
     - Trabalho aqui há muito tempo minha senhora e nunca ouvi falar dessas coisas por aqui, gostaria que fosse embora. – Diz o porteiro tentando se livrar da velha senhora.
     - Vou embora, mas antes vou lhe avisar, pois vão precisar de mim. – Diz a velha senhora.
     - Vamos precisar de quê, o que a senhora estar se referindo. – Diz o porteiro preocupado.
     - Sabe aquele casal que se mudou hoje para este condomínio, eles são pessoas do mau, você nem imagina o que podem fazer, vocês vão precisar de mim, vou estar por perto, quando precisar venha aqui fora na parte mais escura, estarei te esperando. – Diz a velha senhora com sua voz rouca e cansada vagarosamente.
     - Como assim minha senhora, o que eles podem fazer, nem sabemos que são, o Síndico do condomínio nem sabe direito de onde vieram. – Diz o porteiro revelando seu desconhecimento do casal.
     - Pois lhe digo, tome cuidado, procuro o Síndico e o alerte, estou avisando. – Diz a velha senhora.
     - A senhora me assusta, vou avisar para o Síndico, mas quem é a senhora mesmo? – Pergunta o porteiro enquanto fala sozinho, pois procura a velha senhora em vão, ela desaparece sem deixar vestígios.
          O porteiro meio sem jeito bate a porta do apartamento do Síndico, passa-se algum tempo e a porta abra-se vagarosamente, hábito rotineiro. Ao se deparar com o porteiro o Síndico logo vai perguntando:
     - O que ouve seu Antônio, que cara é essa, parece que viu um fantasma. – Diz o Síndico brincando com seu Antônio.
     - É sobre esse casal que se mudou pra cá hoje, o senhor conhece, veio uma velha senhora agora mesmo nos avisar sobre esse casal, ela disse que eles são do mau, fazem coisas erradas, fiquei assustado, ela me convenceu o que vamos fazer. – Diz o porteiro com um pouco de medo em seu olhar.
     - Não é nada seu Antônio, sempre tem gente por ai falando coisas de outras pessoas, deixe isso prá, fique tranquilo. – Disse o Síndico tentando acalmar o porteiro.

          Seu Antônio foi para sua guarita preocupado, mas depois que o Síndico falou que não era nada de mais ficou mais tranquilo.
          A noite foi ficando mais densa, uma neblina começa a ganhar volume vagarosamente e encobrir as partes escuras dos cantos do condomínio, parecia que as luzes ficavam mais frias e menos claras, provocando um ambiente frio e sombrio.
         Observando aquele movimento que lentamente mudava todo o clima do lugar seu Antônio começou a ficar preocupado, será que aquela velha senhora estava certa, pois há muito tempo trabalhando ali nunca tinha visto uma neblina tão densa e uma noite tão fria.
         Tentando tirar a tensão daquele início de noite seu Antônio ligou o pequeno rádio baixinho e a televisão enquanto observava as câmaras pela tela do computador, parecia tentar observar detalhe nunca visto antes.
         O relógio anuncia a chegada da meia-noite com um pequeno bipe chamando atenção de seu Antônio, atento observa as câmaras como se procurasse algo.
         Sua procura foi breve, um vulto começou a aparecer em uma das câmaras e em seguida em todas as outras. O espectro inicialmente perecia do gato, mas ganhava forma humana que depois se uniam formando o vulto de uma mulher segurando um gato.
          Aquela cena causou-lhe pavor, seu Antônio tentou procurar alguém por perto para que certificasse junto com ele aquela imagem, mas não encontrou ninguém, parecia que aquela noite todo mundo estava em seus apartamentos fugindo daquela noite densa e fria não comum naquela época.
         Causando o barulho peculiar o elevador foi acionado, seu Antônio esperou que alguém chegasse ali, mas ninguém apareceu.
          O elevador se abriu e por um instante nada aconteceu, olhando aquela cena com medo seu Antônio viu quando o espectro entrou no elevador, aguardou fechar a porta e subiu.
          Numa reação espontânea tentou descobrir até onde o elevador iria e para sua surpresa ele parou no décimo terceiro andar lhe causando um espanto.
        Curioso seu Antônio se dirigiu até um lugar que pudesse vê a janela do apartamento, aguardou algum instante e observou quando a luz foi acessa como se alguém tivesse chegada lá e sendo atendido naquele momento, mas a única coisa que tinha subido seria aquele espectro.
         O frio tomou conta de seu corpo e um arrepio o fez tremer de medo, o que estava acontecendo, tinha alguma coisa estranha ali.
         Sem perder tempo seu Antônio foi chamar o Síndico, sabia que iria perturbá-lo, mas não tinha outro jeito, só faltava ele nãoa creditar em sua história.
          Com a mão trêmula bateu na porta do Síndico, dispensava a campainha de tanto medo e presa.
     - Desculpe senhor, mas tá acontecendo alguma coisa, venha comigo, vamos vê. – Diz Seu Antônio demonstrando medo em sua ação.
     - O que foi seu Antônio? O que ouve? Que medo é esse parece que viu fantasma. – Diz o síndico sem saber do acontecido.
     - Não é brincadeira Senhor, no décimo terceiro andar onde aquele casal novato estão tem alguma coisa sobrenatural lá, vamos lá que eu te provo, vi coisas muito estranha, vultos, assombrações e miados de gato, venha conferir. – Diz seu Antônio com pavor em seus olhos.
     - Tudo bem sue Antônio, vamos lá, mas lembre-se se não tiver nada lá o senhor vai ter sérios problemas. – Diz o Sindico ameaçando seu Antônio.
     - Tudo bem, se não tiver nada eu me demito, essas coisas estão me deixando com medo e não vou trabalhar mais nesse condomínio. – Diz seu Antônio.
         Após descer de seu bloco acompanhando seu Antônio o Sindico chega ao bloco dos novos moradores, em seu percurso percebeu que o frio estava mais intenso e a noite muito sombria.
         Numa primeira tentativa o Síndico acionou o elevador este apenas fez alguns barulhos estranhos e não desceu, insistentemente fez várias tentativas e nada do elevador descer ao térreo, sem perder tempo tentou o outro e nada, parecia que os elevadores estavam sendo usados naquela hora da noite, mas não se via nenhum movimento.
         Seu Antônio já preparado segurando uma lanterna, entregou outra ao Sindico e o chamou para subir pela escada, numa hora daquela com o frio que estava fazendo não seria uma boa escolha subir até o décimo terceiro andar.
         Mas a obrigação de sua função o fazia realizar essa façanha. As escadarias pareciam mais escuras, as lâmpadas de emergência pareciam mais fracas que antes, tudo estava em meia penumbra. O barulho no elevador continuava, mas as portas não abriam isso caracterizava que estavam subindo e descendo, mas ninguém estava dentro.
          Aquela situação chamava a atenção do Sindico que com apenas um olhar atônito confirmava a história de seu Antônio. Depois de alguns minutos subindo as escadas com medo seu Antônio e Sindico chegam ao décimo terceiro andar.
         Olhando desconfiados as portas tentam descobrir algo sem acionar a campainha, isso parece não viável, buscam alguma coisa para justificar suas presenças, mas não há nada, depois de ficarem algum tempo imaginando o que iriam fazer a porta se abre sozinha rangendo e bem devagarzinho até mostrar a sala com uma luz leve, quase na penumbra.
         A cena é apavorante, dentro da sala uma mulher encoberta com um manto preto sentada num tapete escuro com detalhes de um desenho parecendo de um ritual os chama.
     - Por favor, entrem, venha se unir a nós. – Diz a voz vinda de trás do manto negro.
          Apavorados seu Antônio e Sindico ficam sem dar uma palavra, apenas ficam observando aquela cena. Diante da mulher outra imagem de outra mulher também sentada estar de costa, de seus braços um gato preto pula e começa a circular perto das duas rosnando e mostrando seus dentes afiados que chegam a brilhar ante a pouca luz do ambiente.
         O gato parece se incomodar com a presença de seu Antônio e o Sindico, isso provoca uma reação no espectro feminino mais negro que se levanta não mostrando seu rosto, mais seu perfil é idêntico ao da outra moradora que tinha morrido.
         A mulher com o manto negro também se levanta indo em direção de seu Antônio, esticando o braço fazendo um gesto incomum fala:
     - Você percebeu a presença dos espíritos negros da noite fria, o gato foi sua primeira visão, mas a velha anda rondando por ai e já andou conversando com o senhor, não dê ouvido a essa velha, venha conosco não lhe faremos mau.
     - Vou não dona, a velha já veio aqui, mas o sindico não acreditou, eu sabia que vocês são bruxos, pessoas do mau, eu tenho esse pressentimento quando fico perto de pessoas assim. – Diz Seu Antônio com medo nos olhos.
     - Pois essas pessoas que estamos procurando, venha, entre e venha fazer parte de nosso ritual. – Diz a mulher com o manto negro no rosto.
           Após a recusa de seu Antônio o vento começou a tomar conta da sala causando um vendaval, as coisas foram caindo e provocando um barulho assustador, o gato começou a subir nos móveis e paredes como se tivesse tomado por algum espírito, enquanto miava e rosnava mostrando seus dentes afiados e seu olhar de terror.
         Numa reação incrível o Síndico pegou seu Antônio pelo braço e o puxou descendo as escadas rapidamente, a descida foi tão rápido que nem perceberam que desceram treze andares.
        Pelo caminho só ouviam o barulho assustador dos elevadores subindo e descendo como se tivesse vontade própria.
         Já na portaria tentando tomar fôlego, seu Antônio e Sindico se olham para ter certeza se aquilo tinha acontecido mesmo, o silêncio é interrompido com o acionamento da campainha.
     - Quem será uma hora dessas, meu Deus, um tempo desses, será que ainda tem gente vinda da rua. – Diz seu Antônio ainda tentado ganhar fôlego.
     - Vamos lá junto, espero que não seja algo assustador como o que tem lá em cima. – Diz o Sindico acompanhando seu Antônio até o portão de entrada de pedestre.
         Ao chegaram ao portão se deparam com a velha senhora, numa reação espontânea seu Antônio fala:
     - Tá vendo, essa dai que falei, ela veio aqui avisar o senhor não quis acreditar, pois essa é a velha que lhe falei.
     - Como a senhora sabia desse casal, o que eles querem como podemos combater esses bruxos ou sei o quê. – Diz o Sindico querendo uma solução.
     - Agora vai ser difícil, ela já sabe que eu rondo essa região, esse condomínio, ela viu nos olhos do seu Antônio que estive aqui, eles procuram local onde ocorreram mortes violentas e sem explicação, estão juntado almas revoltadas que não querem partir desse mundo, depois vão apavorando e criando medo em todos, querem dominar esse orbe antes da escuridão total. – Diz a velha demonstrando conhecer os espectros do décimo terceiro andar.
     - O que poderemos fazer, qual será a saída, como pode nos ajudar minha velha senhora. – Diz o Sindico com temor nos olhos.
     - Temos que convocar Xavier o Índigo e Cristal, juntos combateremos esse mau. – Diz a velha senhora.
     - Onde podemos encontrá-los, o que podemos fazer. – Diz o Sindico preocupado com a repercussão no condomínio.
     - Não se preocupem irei atrás deles e quando menos esperar estaremos aqui, juntos seremos mais fortes, eles estão em outra missão tentando combater o Corpo Seco outro que estar montando seu exército, mas com mortos vivos secos, em seus corpos são mantidos apenas suas almas. – Diz a velha senhora desaparecendo em seguida na neblina fria que envolve tudo em volta e torna a noite mais sombria no condomínio.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 22/02/2014
Alterado em 13/03/2014
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