Textos
RACISMO, PRECONCEITO, BULLING E COISA E TAL.
Hoje em dia a coisa tá feia
Você não pode nem brincar
Se tirar uma brincadeira besta
Pode ir parar na cadeia
Ficar trancafiado levar peia
E pode até ficar sem poder falar
Amigo tem que ter cuidado
Fique atento no que expressa
Ou pode sem querer ser filmado
Tem câmara aqui e em todo lado
Querendo te pegar com pressa
Tudo que tenha escrito ou falado
Veja só a televisão caso tenha ligado
Você só ver todo dia nos noticiários
Fofocas de todo jeito de todo lado
Precisa escutar os comentários
Gente falando gesticulando ou calado
Querendo uma resposta dos judiciário
A coisa mudou não é como antigamente
A gente brincava com o colega sem malícia
Não era de malvadeza não era inconveniente
Mas hoje se fizer isso vira caso de polícia
Você vai preso igual bandido mesmo inocente
Pago um preço absurdo e todos xinga a gente
Amigo eu vou explicar essa tramoia toda
Nossa cultura é antiga e as leis são nova
Vivianos e brincávamos por todo lado
Invetávamos apelidos sem levar sova
Os nomes eram criados de toda criançada
Ninguém tinha raiva ou vivia ameaçado
João era joãozinho Pedro era Pedrinho
Josefa era Zefa tudo nesse letreado
Nosso mundo era mais bonzinho
Ninguém ficava nervoso nem aperreado
Sem falar que todo negro era neguinho
Todo gordo era gordinho isso nem era notado
Mas hoje a coisa é diferente
Tem autoridade por todo lado
Não brinque com um amigo
Não fique de proseado
Tem gente de olho na gente
Querendo delatar tudo que é falado
Tem esse tal de Bulling
Que veio dos estrangeiros
Coisa fina que adotaram
Parece baladeira ou estilingue
Com bilocas que atiram
Mirando no teu traseiro
Mas na verdade ninguém sabe
Seu significado certo e verdadeiro
Pois vou explicar significa “valentão”
Coisa que em meu doce sertão
Isso é conhecido por cangaceiro
Cabra da peste e certeiro
Mas meu amigo fique certo
Que esse não dura muito
Por que valentão morre logo
Ali é terra de cabra esperto
Se brincar vira defunto
Não vive nem vira o jogo
Agora lhe digo logo de cara
Como os gringos tem inveja
Essa palavra é do meu nordeste
Isso eles escondem não escancara
Pois toda cabra lá do nordeste
sabe aonde surgiu essa palavra
Por que bulir no meu sertão
É quando o menino cutuca outro
Como eles não sabe fazer invenção
Copia tudo e diz que são culto
Mas te digo não tem dessa não
Aqui é aonde surgiu Adão
Depois de invejar nossa criação
Diz que a palavra é muito chique
Prega por todo mundo e nação
Querendo ganhar destaque
Mas desconhece nossa invenção
E aqui vem fazer sotaque
Querem mudar nossa cultura
Se entrometer em nossa vivência
As escolas não tem nem estrutura
Nossos Professores paciência
Quero ver numa visão futura
Toda essa mera providência
De um dia para outro vira notícia
Defensores do povo e feministas
Vira um reboliço e caso de polícia
Uns falam sério outros anarquistas
Ninguém resolve a pendenga
E tudo vira aquela grande arenga
Isso tudo por causa do tal Bulling
Que veio das bandas do além mar
Como se engolisse nossa cultura
E todo passado pudesse condenar
Isso nem Deus la das alturas
Veio aqui para nos reclamar
Se você quer resolver o problema
Não se infiltre no político esquema
Construa escola para empolgar
Tire o recalque de nossa cultura
Faça um leitor em cada lar
Verá que tudo vira fita de cinema
Outra situação que também lhe digo
É o tal do racismo que impregna
Causa polêmica em todo lugar
No shopping na rua na esquina
Parece praga por onde quer que vá
Aparece nos noticiários virou rotina
Agora te digo amigo desavisado
Isso é coisa de um antigo passado
Somos de um cultura miscigenada
Uma mistura de cor estilo e dança
Ninguém viveu nosso passado
Nem viu como foi nossa vivença
Agora aparecem com mudanças retas
Querendo que meu povo viva em Paris
Ainda temos analfa-pai de mãe-e-beto
Pessoas que ainda não sabe o que diz
Como impor um mudança nesse teto
Empinando o peito apontado o nariz
A mídia nesse país controla tudo
Diz o que você pensa e como faz
Como se tu fosse cego mudo e surdo
E quando é questionado meu rapaz
Segue um protocolo absurdo
Responde o que é que você quer mais
Colocam como único esporte
Esse tal de jogo de futebol
As vezes um jovem dar sorte
E ganha tutu com um gol
Mas esquece de estudo e norte
E morre esquecido ao sol
Outra invenção de controle
É a tal da novela do dia a dia
Você segue os capítulos cego
Esquecendo de tudo que engole
Vai vivendo de miséria e carestia
E assim ver o mundo vesgo
Esse tal de futebol gera confusão
Ninguém tem nome só apelido
E a todos só fazem alusão
Um goleiro sendo agredido
Aparecendo tudo na televisão
E dizem não ser essa a questão
Agora me diga meu amigo
Se isso tem tanta importância
Um debate desse cria perigo
Cabendo tanta ignorância
Sabemos que tudo isso
Acontece em nossa infância
Nossa infância é cheia de apelido
Sem que ninguém dê importância
Todo mundo brinca com todo mundo
Sem gerar briga ou vingança
Como se pode mudar tudo
Sem educação desde criança
Esse tal de racismo é pura besterage
Parece coisa de tolo de gente atoa
Num país miscigenado como esse
Numa cultura de pura sacanage
Todo mundo aqui rir e zoa
De tudo que ver e aparece
Bulling racismo e preconceito
De acordo com o que é ensinado
Nesse nosso país não tem jeito
Vivemos ainda em um passado
De coronel deputado e prefeito
Isso tudo com apoio do senado
Temos uma escola que não ensina
Um ano todo de festa e carnaval
Uma criança jogada em cada esquina
Sangue e matança exposto no jornal
Mulheres maquiadas ainda meninas
Isso tudo ainda é coisa tão banal
O preconceito aqui é real e cultura
Em qualquer poder qualquer local
Não adianta fazer de conta e firula
Arrumar desculpa e coisa e tal
Pois aqui preconceito não é frescura
Acontece em todo canto sem igual
Nesse país é cultura falar dos outros
Malhar da roupa do cabelo e futebol
Sem cerimônia sem preconceito
Pois temos praia novela e luz do sol
Não adianta reclamar não tem jeito
Nossa cultura ainda vive em caracol
Amigo vejo todo dia muita confusão
Não sei o que querem e vai acontecer
Parece que querem todo dia na televisão
Discutir fazer ibop e aparecer
Não sei se é essa a minha visão
Mas realmente é o que parece ser
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 26/09/2014
Alterado em 27/09/2014