RENASCENDO DA DOR
Vejo ante esta neblina
Imagens de minha vida retorcidas,
Prevejo sonhos, não claros... essa retina,
Essa cortina que me impede de ver
As realizações infindas,
Deixadas de lado por não crer
Nesses sonhos e premonições advindas
Nos dias escuros em noites claras,
Num pesadelo incógnito.
Esse olho cego que parece ver
Distorções e invernos frios,
Perece estes sonhos a sofrer,
Nestas mágoas, nestes perenes rios.
Sinto essa angústia do fim do nada,
Nesta vida de cão vagabundo,
Desconheço meu desejo, essa jornada,
Num canto sozinho, nesse fim do mundo.
Ainda essa neblina...
Esta vida que não acaba...
Estes meus desejos, esse corpo cansado,
Esta minha alma dobrando a esquina,
Estas vontades, essa vida inacabada,
Como quem foge do nada, amaldiçoado.
Estes sentidos inertes, essa vontade inútil,
Esta alma imaculada, esse sonho fútil,
Pedaços da solidão, rastros de luz,
Corpo dilacerado, que se conduz,
Perfazendo-se no tempo,
A fênix que se reluz.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 03/11/2014