ALZHEIMER – FASE I
Desculpe, não queria errar,
A irregularidade do meu pensar
Desconfigura minha mente,
Como uma pequena borracha
Na extremidade do lápis incerto
Na mão de um analfabeto.
Desculpe meu comportamento
Não sei como perdi meu sorriso,
Como desliguei-me do contentamento,
Não sei aonde foi parar tudo isso,
Não quero tornar em lamento,
Mas essa perca causa tormento.
Desculpe o atraso,
De repente minha casa se perdeu,
Tentei encontra-la noutra rua,
Acabei chegando aqui por acaso,
Sei que a culpa não é sua,
Sei que o tempo tem prazo.
Desculpe este jeito rude,
Essa agressividade não é usual,
Não tenho motivo evidente,
Desconheço o fato, isso é casual.
Talvez tenha perdido o senso,
Esteja no sonho intenso, atual.
Desculpe não ter lembrado,
As informações não foram retidas,
Não fixei teus conselhos, teu recado,
Parecia frases que não foram lidas,
Havia um bloqueio incondicional,
Tentava lembrar, mas foram contidas.
Desculpe, não entendo o que ocorre,
Sinto-me bem, não tenho culpa,
Não quero discutir coisas que não fiz,
E que você insiste sem desculpa,
Veja como estou bem, como estou feliz,
Reveja teus conselhos, ver se não insulta.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 03/06/2015