SAUDADE DO MEU SERTÃO
Quanta Saudade da baraúna,
Descansar na sombra dela,
Lembro com pesar o momento,
Na mente, a ideia da cancela.
Nos olhos, lágrimas, o lamento
A grande casa amarela.
O trilho frio, um trem que vai,
A plantação, o milho, tantos pendões,
Aquela imagem que nunca sai,
Presa na memória, tantas razões,
Nessa saudade do meu sertão,
Que definha, mas não morre mais.
Um trem que vem, um trilho frio,
Agitação dos pássaros que revoam,
Dos peixes que agitam o rio,
Estes olhos que se magoam
Nesta lembrança ilibada
Deste poeta de saudoso brio.
A estrada, paralela aos trilhos,
Levando e trazendo o povo,
Gente de bem, mau, maltrapilhos.
Levando e trazendo sonhos
Os meus, os teus, de muita gente,
Uns perversos, outros inocentes.
Os trilhos, a estrada, o reverso,
Os que iam deixavam um amor
Quem ficava queria o regresso.
Eram duas vias sevas e incontidas,
Ninguém escapava da ansiedade,
Do corpo que arde, a pele, feridas.
Quanta saudade do meu sertão
Os versos não abastam o desejo
Não quero minha lágrima no chão
Sou um bravo e velho sertanejo
Mas conhecendo teu entendimento
Cai meus prantos nesse momento.
Não quero sensibilizar com olhos cheios
Quero apenas externar meus lamentos
E neste momento é o único meio
Nessa distância do meu sertão
Nessa lembrança, nos momentos,
Desse tempo que ainda não veio.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 12/11/2015