CAIXA DE CORREIO
Hoje eu vi que tinha realizado um sonho,
Uma casa com varanda, uma caixa mensageira,
Distinguia da sacada, a relva, o orvalho, o sol...
Tudo isso num belo campo, ocasião da aurora.
A caixa de correio estava à beira do caminho,
Aquela cadeira de balanço, um naco de lençol,
Era eu, meu sonho, todas as flores, um passarinho.
Busquei em minha mente todos os meus amigos,
Tinha que compartilhar o meu sonho possível,
Vasculhei meus álbuns, a caixa de fotos antigos,
Contemplei cada um, com um olhar passível,
Estava concluído em meu sonho, pleno e imaterial.
Aguardava ansioso chegar uma carta mensageira,
Enquanto olhava da varanda, o céu, o caminho florido,
Não queria uma imagem vaga, sem foco, passageira,
A carta continha detalhes de toda a minha vida.
Uma agitação se fez, tantos caminhavam pela relva,
Gullar, Neruda, Patativa, Garcia, Cora e outros,
Um anjo aceso tocou em meu ombro e me convidou,
Eu, admirável, lembrei-lhe, ainda não sou poeta,
Ele, calmamente respondeu, o céu é para todos...
A carta, a caixa de correio, eu, a casa, poesia incerta.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 12/01/2017
Alterado em 30/08/2017