Sei da luz, estou consciente de sua intensidade,
No nascimento, como brilhou, como chegou,
Tinha certeza de sua importância, sua totalidade,
Sei que havia um limite, isso, um anjo me avisou.
Minha jornada, sob essa luz, tinha limitação,
Meu tempo agora, nesse mundo, era parcial,
Era determinado pelas batidas do meu coração,
Não tinha como prolongar, o criador é imparcial.
Minha missão foi descrita no pergaminho,
Foi entregue por um anjo, carteiro do céu,
A descrição era definida, em todo meu caminho,
Sabia das batalhas, dos dias doce, dos dias de fel.
Essa carta, que agora descrevo, meu pesar,
Minha felicidade, meus filhos, os netos,
Essa minha rotina diária, de sorte e azar,
Dos dias, difícil, infortúnio, outros corretos.
Não é uma desculpa de meus atos, feitos,
Executados ou não, em minha missão finda,
Não é uma confissão, relato, dos meus defeitos,
Não é o julgamento final, das atitudes, ainda.
Essa minha carta, de despedida, ou aviso prévio,
É apenas um lamento, guardado em meu peito,
Do decorrer dos meus dias, do tempo impérvio,
Que tentei controlar, mas, confesso, não tem jeito.
E no meu encontro com Deus, no tempo infindo,
Pensarei em minha vida, na terra, da missão proferida,
Falarei da família, filhos, netos, amigos, da saudade, tudo,
Descrevendo, ainda no rosto, lágrimas, saudade, ainda.
Esta poesia, “Dois Tempos” é uma dedicatória de coração ao grande amigo ChicodoCrato, sua carta me comoveu, me fez derramar lágrimas, lembrando-me do meu pai, que hoje percorre a relva no céu, noutro tempo, mas, que ainda está em nossos corações, nesse tempo ainda.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 26/05/2017
Alterado em 23/08/2017