O JULGAMENTO DO AMOR
O JULGAMENTO DO AMOR
LÉO PAJEÚ/LÉO BARGOM
Em um templo, estavam reunidos
Todos os sete pecados capitais,
A Soberba atenta e todos ouvidos
Sabia da decisão, não vista jamais.
A Avareza também estava presente,
A Gula, pretensiosa era só atenção,
A Luxúria também estava sorridente,
Abraçando a Inveja sem pretensão.
Noutro canto estava contente a Ira,
Já a Preguiça, noutro nem se mexia,
Nessa ocasião argumenta a Mentira
Sobre o julgamento, que ali se fazia.
A Heresia, teóloga se pronunciava
Chegando ao veredito do pobre réu,
Mesmo sem prova ela condenava,
Sem respaldo da terra ou do céu.
Sabendo que a Amizade, já corrompida,
Iria delatar o cordeiro dos sentimentos,
Deveria entregar a decisão a Dúvida,
Depois seguiriam os procedimentos.
Pois, o Amor sofreria o julgamento
Mesmo sem crimes contra si provado,
O interesse era que esse sentimento,
Fosse expurgado do céu sem reinado.
Sendo assim foram até Dúvida delatar,
Esta, sem querer jugar ou levar a culpa
Começou logo em um discurso reclamar,
Lavo as mãos, pois contra nada imputa.
Então, cabe a vocês, os sete pecados,
Desse julgamento serem responsável,
Não serei eu, aqui presente, o culpado,
Pois, condenar o amor, não é viável?
E assim se fez, logo saiu dali a Amizade,
Esboçando um sorriso irônico e cruel,
Até parecia que aquilo não era verdade,
Mas, a traição seria seu único papel.
Em uma noite de lua, era bonito o céu,
Estavam reunidos os bons sentimentos,
Logo a Amizade retirou do rosto o véu,
E, com um falso beijo deu procedimento.
Neste gesto entregou o amor a lei,
Não tendo qualquer Honestidade,
Se aliando a Injustiça de um rei,
Que é Dúvida, nunca será majestade.
A Alegria tentou logo se manifestar,
O Respeito tentou fazer uma defesa,
A Felicidade queria logo contaminar,
A Bondade queria espalhar riqueza.
A União, o Trabalho e a Solidariedade,
Na Esperança e na Fé de obter Paz,
Tentaram com argumentos de verdade,
Reter, os anseios ruins, não foi capaz.
O Amor foi preso, a Inveja ia ao seu lado,
Do outro, ia a Tristeza, que se orgulhava,
A Raiva, pós a coroa, o Amor foi açoitado,
E todos riam pela rua, enquanto sangrava.
A Honestidade fugiu só, sem rumo,
Se escondia na escuridão do mundo,
O Trabalho virou febre de consumo,
O Respeito, sem motivo, ficou mudo.
Até a crucificação, apenas a Esperança
Seguia o caminho com a Fé ao lado,
Sob os olhares na rua, das crianças,
Parecia que o mundo teria acabado.
O Ódio teve o prazer de bater os pregos,
As quatro letras foram pregadas na cruz,
Nesse instante, todos pareciam cegos,
Em todos os sentimentos, não havia luz.
Mas, no terceiro dia surgiu do céu,
Em uma forma de anjo multicor...
Afastava dos olhos, o escuro véu,
Estava ali, em vida, de novo, o amor.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 13/07/2017
Alterado em 27/08/2021