A TEORIA DO CORREDOR DE RUA E A FÁBULA DOS TRÊS PORQUINHOS
Após acompanhar alguns corredores de rua (praticantes de Pedestrianismo) em algumas corridas de rua, essa febre, que arranca pessoas do sedentarismo para as ruas, acabei fazendo algumas observações interessantes. A grande maioria dos corredores chega a um estado critico de suas condições físicas, em média de 80% dos participantes, outros 15% chegam bem melhor, mas também aparentam um estado de exaustão no final de uma prova de 10km, nas provas de 21km e Maratona isso é ainda bem pior, apenas 5% em média chegam nos finais dessas provas em boas condições físicas, observei que até em provas de 5km isso é comum, então minhas queixas e questionamentos tem sentido, quando digo que ninguém se prepara para realizar uma atividade tão intensa como uma Maratona ou até uma atividade simples, todos estão indo pela a mídia, os Organizadores de eventos, as redes sociais e amigos, mas esquecendo do principal, está preparado para competir numa prova dessa, digo competir por que ninguém entra sem essa intenção, podem até dizerem que não, que estão apenas participando, mas os comentários depois das provas são bem diferentes, nas redes sociais, com as fotos postadas, mostram que estão competindo, seja lá com quem for, isso é aonde mora o perigo, pois ficam motivados, mas não se preparam para isso, não procuram um Profissional de Educação Física para os prepararem para competir nessas provas, quem ganha com isso, são os ortopedistas e as farmácias, pois também temos a automedicação como hábito em nosso país.
Analisando tudo isso, acabo criando uma teoria. É a “Teoria dos Corredores de Rua e a Fábula dos Três Porquinhos”, essa grande fábula que tem um lobo mau e três simples Porquinhos como personagens principais.
Pode ser que ao terminar esse parágrafo você possa se perguntar, o que eu tenho a ver com isso? Com essa teoria, com essa história, mas logo explico, pois tudo tem realmente uma grande comparação, quero apenas usar a fábula para explicar melhor minha teoria. Quero comparar a grande maioria dos corredores de rua (praticantes de pedestrianismo), que no caso é representado por até 80% dos praticantes, como a situação do primeiro porquinho, esses praticantes não se preparam, não treinam, não contratam um Profissional de Educação Física para se tornarem aptos a fazerem as provas, o qual é convencido pelas propagandas dos organizadores, desses lucrativos eventos. Entram nessa onda e como o primeiro porquinho que fez sua casinha de palha, também entram com seus corpos de palhas, ou corpos em fogo de palhas, que logo queimam, cansam e são desmanchados pelo lobo mau, os Kms da prova, o tempo, os aclives e declives do percurso. Provam com isso que estão inaptos para percorrerem o proposto pelos os organizadores e motivadores, que só querem tirar proveitos, além de incentivar uma grande massa de ex-corredores de rua e ditos treinadores sem formação, com conhecimentos apenas empíricos sobre o assunto, e acabam assumindo uma responsabilidade, que mais tarde podem acarretar em riscos para a saúde de seus alunos/atletas, ditos corredores de rua, tudo isso com aval da mídia, organizadores de corridas, federações e até conselhos de Educação Física, que tiram proveitos do evento, no qual é coberto pela mídia, tornando o evento popular, trazendo renda, mas esquecendo das leis e da educação, os quais deveriam informar e combater esses erros, essas penalidades. Pois isso acaba levando muitos praticantes do Pedestrianismo para as enfermarias, cirurgias e uso de próteses sem necessidade.
Outros 15% representam o segundo porquinho, que ao fazer sua casa de madeira, ainda resiste um pouco às tentativas do lobo mau, mas também acaba vencido pelo o sopro do ar ou pela falta dele nos pulmões, assim como os praticantes de corrida de rua, que chegam ao final das provas em exaustão, esses são preparados pelos os ditos profissionais, sem formação, as revistas que fornecem programas e planilhas de treinamentos, os aplicativos e o incrível treinador e doutor Google, que fornece informações sem nenhuma comprovação prática, mas ainda reforça que é importante a consulta ou contratação de um Profissional de Educação Física, menos mal.
O terceiro porquinho, ou os corredores de rua que são orientados por Profissionais capacitados, esses sim, tem uma sobrevivência mais elevada, suas bases foram construídas com inteligência, foi usado os melhores materiais de construção, os melhores exercícios, foi bem planejado, com planta, planilha, detalhe das paredes, músculos, as vigas, os ossos, sua capacidade de resistência às adversidades do tempo, do percurso, do ar, tudo bem detalhado, um projeto completo de construção, resistente e durável. Então esse 5%, resistirão mais, viverão mais, e ainda vai acolher e levar nas costas os que o vento deixou para trás, derrubou pelo caminho, pois foram construídos para vencerem, mesmo que a vitória seja apenas simbolizada com um troféu, uma medalha, de ouro ou de lata (de frande, como se dizia na minha terra). Esses porquinhos serão exemplos, mas não sei se exemplo vale apenas em nosso país, pelo visto nessa minha Crônica a questão política tá inserida, parece muito com a situação eleitoral no Brasil, é a maioria que matem os corruptos no comando do país, será que a Educação Física depois de não ser obrigatória, vai acabar de vez, dando lugar aos ex-aquilo, ex-isso.
Um aluno que treino comigo quis ler essa besteira que escrevi, seu comentário foi: “Essa crônica não vai ser lida por jovens”. Eu respondi: “Entendo meu amigo, eles não conhecem a fábula dos Três Porquinhos e o Lobo” e, além disso, eles não conseguem ler mais de um parágrafo. Prá completar, ele ainda falou: “Mesmo os que vão ler, acho que a maioria absoluta não vai entender”. Respondi: “Não se preocupe, esses são os eleitores que mantém nossas oligarquias políticas desde o Império em nosso país”.
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