SENTIMENTOS
Do barro foi feito a criatura,
Mas, não seus sentimentos,
Livre arbítrio, consentimentos,
Foi lhe dado toda estrutura.
Nas mãos foi dado sementes,
Sob os pés toda a terra nua,
O sol de dia, de noite a lua,
Das montanhas águas correntes.
Isso tudo não foi de presente,
Pois, pra viver tem que cuidar,
Lavrar a terra, plantar e regar,
Colher, nunca ficar ausente.
De algum lugar veio o mau,
Do criador não foi o produto,
Gerado como se fosse fruto,
Esse veneno severo sem igual.
Os sentimentos se dividiram,
Negativo, neutro e positivo,
Não sei qual a razão, motivo,
Por que, eles se repartiram.
De um lado causando aversão,
Culpa, raiva e hostilidade...
Do outro desatina o coração,
Humor, alegria e felicidade.
E num momento de tristeza,
Neutra chega logo à compaixão,
Trazendo nos braços a incerteza,
Causando em todos, frustação.
O desespero sombrio de ciúmes,
Tenta enquadrar o amor e gratidão,
Não são surpresa esses costumes,
Colocar a esperança como negação.
Foi esperto o criador na empreitada,
Criando capacidade na raça humana,
Tenha livre arbítrio, siga sua estrada,
Não renegue sua capacidade insana.
Desatento à raça humana cai na teia,
O diabo logo se aproveita da situação,
O sentimento, biológico mapeia,
Cria os sentimentos sociais na fusão.
Então a sociedade vive em conflito,
Com a invenção dos anseios sociais,
Em cada canto tem um ser aflito,
A vida e a morte são fazes parciais.
Em terrenos vazios do peito,
São plantados pobres paixões,
Em covas rasas, e no deleito,
A morte tem lá suas previsões.
A ambição circula entre almas,
Carregando munições e fogo,
Entre lençóis e vulgas camas,
Ela dar as cartas e doma o jogo.
Noutro canto faz sua parte o ódio,
A mentira é sua parceira exemplar,
Nada que se chame verdade é obvio,
Pois, a igreja e a justiça é seu par.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 26/04/2020