O AMOR E A POESIA
O AMOR E A POESIA
Vejo claramente que aconteceu,
O amor foi o primeiro a sofrer,
Pois, fizeram dele escarcéu,
Transformado na dor de doer.
O amor foi misturado a paixão,
Tirando dele toda sua essência,
Dizem, que sem ele é solidão,
Quem cobra não tem paciência.
Misturaram o amor com tudo,
Tentando sangrar seu objetivo,
Espalham sentimentos no mundo,
Sem qualquer sentido, adjetivo.
Amor é só amor, simples assim,
Mas, o misturaram com a dor,
Dizem, te farei sofrer, sem fim,
Mas, é minha forma de amor.
O amor vai pra cama, é paixão,
Depois vira lágrimas, tormento,
Encarcera a alma, vira solidão,
Fazendo do amor um alimento.
Que estão fazendo com o amor,
Nessa jornada da humanidade,
O transformando em toda dor,
Sem justificativa, sem piedade.
Amor é apenas um sentimento,
Que, quem sente, é só por sentir,
Amar o próximo, contentamento,
É só por isso, que ele está aqui.
Agora, também pegaram a poesia,
Uma parceira do amor em versos,
Tirando de si, toda a sua primazia,
Transformando-a em contraversos.
Acabou, aquela parceria com a lua,
Nas ruas, poetas, não são diversos,
Acabou, os olhares, a vontade nua,
De dizer, como eu amo, em versos.
Tiraram da poesia, a rima, sentido,
O qual, os trovadores se ressentia,
O boêmio, de lá tirava o seu fado,
O repentista, fazia alegre cantoria.
O soneto, agora tá perdendo brio,
Pois, estão tirando sua identidade,
Surge de algum lugar, o verso frio,
Dizem, esse soneto é a liberdade?
Já não há, versificação, cordéis,
A poesia é apenas, simples relato,
Estão se expressando em papéis,
Sem rimas, sem graça, mero fato.
Dos porões vão saindo os liberais,
Na esquina, no muro, jaz a poesia...
Agora, juntos, são dois marginais,
O amor culpado, verso, só fantasia.
Noël Semog
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 23/05/2020